De acordo com um estudo da Kaspersky, monitoramento por meio de app espião é o mais comum entre esses tipos de crime. Fique atento!
Uma pesquisa da Kaspersky identificou que um em cada quatro brasileiros já foi ou está sofrendo monitoramento abusivo por meio da tecnologia. No entanto, a maioria delas (70%) não tem conhecimento sobre stalkerware ou spouseware, que são programas que permitem saber a localização de alguém em tempo real, ler mensagens em aplicativos e escutar ligações telefônicas.
No ano passado (2021), o problema da perseguição digital ganhou a Lei 14.132/21 no Brasil, aprovada em uma sessão do Senado dedicada a questões femininas. O Brasil é o 5º país com mais feminicídios no mundo. “É importante dizer que esse tipo de programa para monitorar conjugues permanece escondido da vítima”, lembra Raquel Marques, presidente da Associação Artemis e doutora em Saúde Coletiva pela Universidade de São Paulo (USP). “Neste contexto, faz sentido que o(a) abusador(a) conheça sua existência. Já a vítima não irá saber do que se trata. Juntando essas características, faz sentido o combate ao stalkerware focar também na proteção das mulheres”.
A vigilância por meio do celular é o mais comum entre esses tipos de crime, dispontando com 54% das respostas de quem foi/é vítima de stalking. Outras formas incluem o uso de dispositivos criados especificamente para fazer o monitoramento (36%), programas instalados em computadores (24%), espionagem por meio da webcam (14%) e dispositivos para casa inteligente (12%). A Kaspersky ainda destaca que 13% das vítimas não souberam responder como a perseguição ocorreu, denotando como o assunto ainda é nebuloso.
“Sobre as formas de perseguição online, é importante destacar que o programa stalkerware é instalado, na maioria das vezes, tendo acesso físico ao equipamento, por esse motivo o abuso é sempre feito por alguém próximo à vítima: conjugue, familiar ou, em alguns casos, colegas de trabalho. Esta instalação ocorre de maneira discreta e sem o conhecimento da vítima. E faz sentido o celular estar na primeira posição, já que ele permite o rastreamento da localização junto com o acesso a informações privadas, como chamadas telefônicas, conversas via aplicações e o e-mail”, explica Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky no Brasil
O estudo avaliou também as funções e capacidade de monitoramento dos programas stalkerware. De acordo com os dados no Brasil, o monitoramento das atividades na Internet (79%), as informações sobre localização da pessoa (63%), gravações em vídeo e áudio (53%) e o comando para realizar uma captura de tela são os recursos mais conhecidos. Porém, a minoria sabe que o programa avisa o(a) abusador(a) quando a vítima tenta desinstalá-lo (34%) ou quando ela(e) chega em casa (33%).
Assolini alerta também para falhas de segurança no comportamento das pessoas que facilitam este crime. “Casais costumam informar a senha do smartphone uns aos outros e a pesquisa confirma isso (62% dos respondentes sabem a senha do parceiro e também informou a sua). Outro hábito digital preocupante do ponto de vista da segurança é o compartilhamento de serviços como iCloud e Google Account entre membros da mesma família. 36% dos brasileiros fazem isso e essa é mais uma opção tecnológica para perseguir alguém, já que esses serviços têm recursos de localização geográfica, armazenamento de fotos na nuvem entre outros recursos que podem ser explorados.”
Todo cuidado é pouco quando se trata de violação de privacidade e vazamento de dados pessoais, portanto evite passar suas senhas para terceiros, e deixar seus aparelhos expostos.
Fonte: https://itforum.com.br/noticias/um-em-cada-quatro-brasileiros-ja-foi-ou-e-vitima-de-perseguicao-digital/